Coronavírus

Mortalidade por novo coronavírus é quase 50% menor que ebola

A covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, vem se mostrando menos letal que outras já bem conhecidas pela comunidade científica. É o que aponta um estudo elaborado por universidades britânicas baseado em dados sobre a propagação do vírus na China.

De acordo com o estudo, a taxa de mortalidade do SARS-CoV-2 estaria entre 0,66%, quando considerado os casos subnotificados, e 1,38%, analisando apenas os testados em laboratório. O artigo, publicado na segunda-feira (30) na revista The Lancet Infectious Diseases, foi baseado em 70.117 casos clínicos diagnosticados no país oriental.

Quando comparada com outras doenças provocadas por vírus, a covid-19 fica à frente apenas da gripe 1, que varia entre 0,01% a 0,08% de óbitos (em uma escala global de casos confirmados). Os dados são de relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgado em 2010, após o surto de 2009. 

No entanto, frente ao ebola (50%), a Síndrome Respiratória Aguda Grave (15%) e a Síndrome Respiratória do Médio Oriente (20% a 40%), o novo coronavírus vem demonstrando que, embora a velocidade de contaminação seja maior, o número de pacientes que morreram é extremamente menor — considerando o universo epidemiológico individual de cada uma das enfermidades. 

Arte/R7

 

Shigui Ruan, cientista da Universidade de Miami, publicou um comentário ao lado do estudo ressaltando que os índices de mortalidade podem apresentar ligeira variação entre os países. “Isso se deve a diferenças nas medidas de prevenção, controle e mitigação implementadas”, explicou.  

De acordo com levantamento do R7 com base nos dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), a taxa de letalidade da covid-19 no Brasil é três vezes menor do que a registrada na Itália. 

Até a última segunda-feira (30), o Brasil tinha informado à autoridade máxima de saúde no mundo 3.904 casos confirmados, com 114 mortes. Isso representa uma taxa de mortalidade de 2,92%. Na prática, de cada cem pessoas que pegam o vírus, 3 morrem no país.

Gravidade

A gravidade da covid-19 estaria diretamente associada com a idade dos pacientes infectados com o novo coronavírus. De acordo com a pesquisa, a taxa de letalidade em pessoas entre 20 e 30 anos é de apenas 0,031%, mas fica perto de 8% quando analisado os óbitos de pessoas com mais de 80 anos. 

Os responsáveis pelos estudam ainda fazem uma estimativa de que entre 50% e 80% da população mundial pode estar infectada com o vírus, ao mesmo tempo em que salientam que a maioria das pessoas se recupera, mesmo depois de sofrer sintomas graves.

Confira o histórico de outras doenças causadas por vírus

Ebola 

O ebola, que apareceu pela primeira vez em 1976, causou uma grave epidemia entre 2014 e 2016 nos países africanos de Guiné, Serra Leoa e Libéria, matando 11.308 pessoas no período.

De acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), a taxa média de mortalidade causada pela doença é de 50%, tendo variado de 25% a 90% em surtos passados. Desde que foi descoberto, o vírus causou a morte de 12.913 pessoas no mundo todo.

Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave)

O surto mundial de Sars, entre 2002 e 2003, atingiu 8.098 pessoas na Ásia, Europa e nas Américas, sendo registradas 774 mortes.

Um relatório da OMS divulgado em 2003, quando o surto foi considerado encerrado, citou uma taxa de mortalidade de 15%, que podia variar em cada região do mundo.

Gripe A

A gripe A, causada pelo H1N1, causou uma pandemia em 2009, quando foi identificada. No fim do surto, em 2010, a OMS estimou em 18.500 o número de mortes causadas pela doença.

O Brasil teve, em 2019, 1.109 mortes por gripe, segundo o último relatório do Ministério da Saúde. O subtipo de vírus da gripe que mais matou foi o H1N1, com 787 óbitos.

Síndrome Respiratória do Oriente Médio

A Mers (Síndrome Respiratória do Oriente Médio) é uma doença respiratória também causada por um tipo de coronavírus. Ela foi primeiramente relatada em 2012 na Arábia Saudita e já causou 866 mortes em todo o mundo, tendo infectado 2.519 pessoas, de acordo com a OMS.

Fonte: R7/Foto: Getty Images

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