Absurdo

Absurdo: empresário que agrediu morador de rua com tapa na cara não se arrepende e diz: ‘Faria de novo’

Depois de dar um tapa no rosto um morador em situação de rua, no último sábado (4), e a imagem do momento da agressão viralizar pelas redes sociais, um empresário da cidade de Tabaporã, no Mato Grosso, diz que não se arrepende.

Ao Site BHAZ, Adonias Correia de Santana disse que “faria de novo. Não me arrependo”. E ainda justificou dizendo que a vítima é “um vagabundo” que o morador de rua teria lhe assaltado um dia antes da filmagem. No entanto, o empresário não registrou o boletim na polícia.

Na filmagem, em Sinop também no Mato Grosso, o empresário aparece em um carro conversando com um homem que passa pela rua. A vítima fala sobre as dificuldades enfrentadas para conseguir ajuda. Na sequência, Adonias oferece R$ 20 ao homem e pede que ele se aproxime do carro. Neste momento, ele agride a vítima com um tapa no rosto e esbraveja: “Vai trabalhar, vagabundo”.

 

Adonias é dono de uma madeireira e tesoureiro do PSL (Partido Social Liberal) na mesma cidade. Após a repercussão do vídeo, ele foi expulso da sigla.

Em conversa com a reportagem, Adonias se defendeu e disse que vem sofrendo ameaças por conta da repercussão do vídeo. “Esse vídeo criou um grande transtorno na minha vida. Esse cara que eu dei um tapa nele, que todo mundo está colocando ele de santo, ele me assaltou um dia antes. Fiquei uma hora com um revólver na cabeça e ele quase me matou, esse bandido. A mídia quer fazer ele de santo”, denuncia o empresário.

“Dou razão para a pessoa [que assiste ao vídeo]. No contexto, parece um cara que está pedindo ajuda e leva um tapa, mas não é isso. Eu o conheci na rua no dia anterior. Pode ver que estou dando R$ 20 para segurar ele e chamar a polícia. Mas não é real isso aí que eu bati nele porque ele é morador de rua. Morador de rua não rouba, não mata, não trafica e não estupra. E eu nunca neguei ajuda para morador de rua. Esse aí me assaltou , mas a imprensa não fala isso”, relata.

Perguntado novamente se está arrependido do ato, o empresário diz que não. “Não me arrependo e faria de novo, não sou hipócrita. Eu jamais bateria na cara de um mendigo, um necessitado ou morador de rua por causa de um prato de comida ou R$ 20”, diz.

Adonias responde a mais de 20 processos na Justiça, dentre eles, apurações ligadas a crimes eleitorais, trabalhistas e uma acusação de ameaça. Sobre isso, o empresário assumiu a extensa ficha na justiça. “Respondo – aos processos -. Nenhum por estupro, nenhum por assalto, nenhum por homicídio. Respondo a processos eleitorais e coisas corriqueiras”, diz.

A Polícia Civil do MT informou que foi realizada diligências para encontrar e responsabilizar os autores do crime. “A Polícia Judiciária Civil de Sinop não coaduna com qualquer ofensa à dignidade da pessoa humana e preza, antes de tudo, pela elucidação de todos os delitos que ofendem a ordem pública”, diz a PCMT.

O empresário negou à reportagem que esteja sendo procurado pelas autoridades. “Isso é mentira, não estou sendo procurado por nada, estou em casa”, afirma. Adonias também disse que não vai se apresentar para prestar esclarecimentos.

Ajuda

O ex-jogador Juninho Pernambucano se sensibilizou com o caso junto ao advogado Rogério Pereira e encontrou o homem agredido, ele foi identificado como Anderson. Trata-se, segundo Juninho, de um dependente químico. O ex-atleta vai ajudar a vítima.

“Dito isso, com o Rogério Pereira, estamos enviando hoje, o Anderson, com seu consentimento, para uma clínica especializada em dependência química, onde ele ficará no mínimo três meses. A família do Anderson só falou coisas boas dele. E sabe que ele precisa de ajuda”, escreveu o jogador.

Além disso, Adonias deve ser acionado, novamente, na Justiça. “Depois da tortura (imensurável, inexplicável), a humilhação, é a pior agressão feita ao ser humano, ela agride muito mais que o tapa em si. Sobre isso, o Rogério Pereira se responsabilizará do processo. Agradecendo a todos a intenção de ajuda, seja ela por sentimento ou doações”, finalizou Juninho.

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