“Nós desmatamos para sobreviver”, diz o agricultor Aurelio Andrade em um ponto remoto da Floresta Amazônica , enquanto as chamas consomem a propriedade de seu vizinho. A 120 quilômetros de Porto Velho, capital de Rondônia, este homem de estatura baixa e compleição robusta vive a sua própria batalha, alheio à crise política e diplomática gerada pelo avanço das chamas na maior floresta tropical do mundo.
Os incêndios ganharam tamanha proporção que a fumaça já tem alterado a rotina de Porto Velho. No Hospital Infantil Cosme e Damião, famílias fazem fila para receber atendimento médico em razão dos problemas de saúde causados pela fumaça.
Com poucos hectares quando comparado a grandes fazendas, o terreno de Andrade termina quase na fronteira que separa a floresta em decadência da crescente área desmatada, cujas cores variam do marrom ao vermelho.